Boros Monarca: Primer


Fala povo, blz?

Tentando dar uma movimentada no blog, resolvi falar sobre um deck que eu venho jogando ultimamente e que aparece, na data de hoje, como o 2.º deck mais jogado no MOL, de acordo com o site do MTGGoldfish.

Estou falando do Boros Monarch.

Primeiramente, esclareço que, na minha opinião, a denominação desse deck como sendo Kuldotha Monarca está equivocada, pois, embora essa lista seja uma evolução do antigo Kuldotha Boros que se valia da carta Rebirth Kuldotha, tal carta já não faz parte da estratégia do deck e, portanto, não deveria ter seu nome mantido no dekc. Assim, o nome do deck ao longo do artigo será: Boros Monarca.

Em segundo lugar, a ideia do artigo é tentar destrinchar tudo que eu li, ouvi e aprendi com e sobre o deck ao longo dos meus jogos. Assim, para quem tem interesse em testar o deck, já tenha uma noção de como ele funciona e o que se espera dele.

Espero que gostem e aguardo contribuições de vocês com comentários, dicas, críticas etc., para que eu possa manter atualizado e de forma completa esse "Primer".

Vamos lá?!

ESTRATÉGIA

Nossos amigos do Pauper View, em seu podcast laçado recentemente, abordou o mesmo tema e teve a participação do Luciano Guma, do canal do Youtube Guma Noob.

Uma das coisas que o Guma mencionou e que eu achei muito interessante sobre o Boros Monarca é o fato de sua estratégia ser parecida com a do deck Jund Midrange no Modern, ou seja, limpa as ameaças, bate com as criaturas e queima o oponente caso necessário. E é realmente o que acontece ao longo da partida.

Com esse deck você vai gerando valor ao efetuar muitos draws, vai utilizar suas criaturas para bater, geralmente, por cima do oponente e finaliza muitas vezes com o Galvanic Blast ou Raio.

Nessa versão do Boros o objetivo principal é se tornar o Monarca e proteger a Coroa. Dessa forma você vai potencializar a sua estratégia de gerar valor através dos draws. 

A sinergia do deck é bem forte em razão da combinação de draws + bounce (Kor Skyfisher + Prophetic Prism; Glint Hawk + Alchemist's Vial etc.).

Toda essa sinergia e geração de valores, no entanto, deixa o deck um pouco lento, porque você vai depender dos bounces para gerar mais draws. Isso faz com que o deck sofra um pouco contra decks que são explosivos (Izzet Blitz, Affinity etc.) ou contra decks que tem um lategame bem forte (Trons de modo geral).

Porém, é um deck muito forte e que possui vários slots para customização, sendo perfeitamente adaptável ao metagame que você se encontra, o que o torna um deck Tier 1 do formato.

ESTRUTURA DO DECK:

Apesar de o deck possuir slots customizáveis, é importante ressaltar que o deck possui uma estrutura necessária para que sua estratégia e sinergia funcione perfeitamente.  

Com base nessa lista Boros Monarca, eu entendo que as seguintes cartas são a estrutura, a espinha dorsal do deck:
Eu diria que é impossível jogar qualquer versão do Boros sem utilizar as Lands Artefatos, pois, além deles ativarem o metalcraft do Galvanic Blast, você pode precisar delas para descer o Glint Hawk, uma vez que ele depende do bounce de um artefato quando entra em jogo para não ir diretamente para o cemitério.

O Kor Skyfisher, Glint Hawk, Prophetic Prism e o Alchemist’s Vial são essenciais para que a sinergia de bonces e draws funcione, além do fato de o Prophetic Prism te ajudar no filtro de mana e o Alchemist’s Vial na proteção da Coroa.

Quanto ao Thraben Inspector eu vejo nele 3 funções essenciais: é um block inicial, gera a Clue que é um artefato e ajuda na ativação do metalcraft, bem como gera um draw quando você estoura a Clue.

Já o Raio e o Galvanic Blast são os removals de custo baixo que o deck utiliza, além de serem utilizados na grande maioria das vezes para finalizar o jogo dando dano direto no oponente.

Temos também o Prismatic Strands que é uma das cartas essenciais para a proteção da Coroa e para conter o ímpeto de decks muito aggressivos.

Por fim, não haveria Boros Monarca se não fosse pelo Palace Sentinels, que é o responsável por lhe conceder a Coroa e fazer com que você ganhe um draw adicional todo o turno.

A seguir vou abordar a quantidade de cartas que cada uma dessas pode ou se aconselha a  ter no deck e ficará mais claro essa questão dos slots customizáveis.

Quantidade de Cartas:

Começando pelas Lands Artefatos (Ancient Den e Great Furnance), você pode encontrar listas que utilizam de 3 a 4 de cada. Se o field tem muito Gorilla Shaman, talvez você pode pensar em utilizar 3 Lands Artefatos de cada. Porém, você poderá sofrer um pouco de impacto na ativação do metalcraft.

Já com relação ao Kor Skyfisher, Glint Hawk, Thraben Inspector, Galvanic Blast e Prophetic Prism, entendo que não tem como jogar com menos de 4 cópias de cada.

Por outro lado, eu acredito ser suficiente 3 cópias do Alchemist’s Vial. Há listas que se utilizam de 4 cópias, porém, se levarmos em consideração que temos Prismatic Strands para prevenção de danos e proteção da Coroa, então, é possível utilizar somente 3 cópias.

Da mesma forma, entendo que 3 Raios também são suficientes, pois, você pode utilizar esse 1 slot do Raio para incluir 1 cópia do Firebolt. Assim, você consegue, com uma única carta, ter 4 de dano por conta do seu flashback ao invés de apenas 3 do Raio. Esse é um dos slots customizáveis que eu mencionei acima.

Com relação ao Prismatic Strands eu acredito que o ideal é utilizar 3 cópias, porém, 2 de main deck e 1 no Sideboard. Essa prevenção que o Prismatic Strands confere a você, ainda mais tendo um custo irrisório de flashback (virar uma criatura branca) é fantástico para a proteção de sua Coroa.

Quando ao Palace Sentinels é possível utilizar de 2 a 3 cópias. Aqui a quantidade vai depender de sua estratégia e um pouco do field. Se tiver muitos mirrors match, você pode jogar com 2 Palace Sentinels e abrir 1 slot para incluir o Guardian of the Guildpact que é uma carta excelente, principalmente para roubar a coroa do oponente no dano de combate. Se o field tiver muitos Trons, apesar de ser um match complicada, como falarei adiante, você pode utilizar 3 cópias do Palace Sentinels para ter uma chance maior de ser o Monarca o mais rápido possível, o que vai te ajudar bastante contra esses decks.

TERRENOS:

A quantidade que eu entendo como ideal para os terrenos é de 21. Algumas listas utilizam 22, porém, eu acho muito. Você vai perceber que, com a quantidade de draws que o deck oferece, dificilmente você vai ficar sem terrenos. É por esse motivo que eu entendo que 21 é uma quantia suficiente.

O que eu quero chamar sua atenção nesse ponto é para o fato da utilização das "Utility Lands" sobre os quais o deck se apoia. Dentre estes temos: Radiant Fountain, Mortuary Mire, Bojuka Bog, e as Cycling Lands (Secluded Steppe e Forgotten Cave).

Com exceção das Clycling Lands, as demais acima apontadas ou geram manas incolores ou geram manas pretas. Por essa razão é importe não abusar muito na quantidade desses terrenos, ainda que você tenha o Prophetic Prism para filtrar mana.

Na minha opinião, o ideal seria utilizar de 1 a 2 cópias do Radiant Fountain, caso você necessite muito de ganho de vida no seu field e de 0 a 1 cópia do Bojuka Bog e Mortuary Mire se o seu field tiver muitos decks controls. Como regra eu utilizo 2 Radiant Fountain (não só pela vida, mas também porque ela entra em pé e você pode filtrar a mana incolor com o Prophetic Prism), 1 Mortuary Mire e 1 Bojuka Bog. Essa é, para mim, a combinação perfeita.

Embora eu tenha utilizado algumas vezes 1 cópia da cada Clycling Lands, eu acabei abrindo mão desses terrenos por 2 motivos: pelo fato de o deck já proporcionar muitos draws eu entendo que essas lands não são necessárias e eu queria, também, ganhar mais vida e ter mais lands que entrassem de pé no campo. Assim, eu substitui a Secluded Steppe por uma Kariba Crossroads que, apesar de entrar virada, concede 2 pontos de vida, bem como substitui a Forgotten Cave por uma montanha, justamente para ter mais 1 terreno entrando em pé. 

SLOTS "CUSTOMIZÁVEIS" 

Com base nas quantidades de cada carta que compõe a espinha dorsal do deck, não incluindo as Lands Artefatos que estão dentro dos 21 terrenos, temos de 7 a 8 slots customizáveis no main deck.

São nesses slots que você poderá incluir cartas como: Guardian of the Guildpact (conforme mencionado), Custodi Squire, Eletrotruque, Reaping the Graves, Battle Screech, dentre outras que mencionarei abaixo explicando o que cada uma pode fazer para contribuir com a estratégia do deck.


(i) Faithless Looting: Eu já mencionei várias vezes que o deck confere muitos draws ao longo da partida, porém, esses draws são originados da sinergia bounce artefatos + criaturas (ex.: Glint Hawk + Prophetic Prism). Essa mecânica é interessante, porém, você depende de 2 peças para funcionar. Assim, quando você não consegue desenvolver essa mecânica, principalmente no late game, você pode ficar vulnerável. É por esse motivo que o Faithless Looting é utilizado em algumas listas, para manter sua mecânica de draws funcionando. Apesar dessa carta ter um custo adicional que seria descartar 2 cartas, como o deck compra muitos terrenos, você pode descartar 2 terrenos ou cartas que tenham flashback e que poderão ser reutilizadas futuramente, como é o caso do Battle Screech, do Cenn's Enlistment ou do Prismatic Strands. Acredito que 1 cópia é suficiente, até mesmo pelo fato de ela ter flashback.

(ii) Electrickery: Quando o field está cheio de UR Delver, Mono Blue Delver ou Elfos, começar com 1 uma cópia do Eletrotruque de main deck pode pegar os oponentes de surpresa. Assim, você conseguiria manter mais 1 cópia no Sideboard e abrir mais um slot para outra carta. 

(iii) Battle Screech: Apesar de ser uma carta fantástica, que povoa sua mesa colocando até 4 fichas de aves 1/1 no mesmo turno e auxiliando na proteção da Coroa, eu entendo que o Battle Screech não é uma carta essencial para a estrutura do Boros Monarca. No contexto do Kuldotha Boros, cuja estratégia se apoiava em tokens e tinha o Rally the Peasants como Win Condition, eu acredito que o Battle Screech era essencial, mas para o Boros Monarca entendo que de 1 a 2 duas cópias é suficiente (mais que isso fica ruim). Daria até para jogar sem ela na minha opinião. 

(iv) Seeker the Way: Se você pretende uma versão mais agressiva do Boros Monarca, eu acredito que utilizar entre 3 e 4 cópias do Seeker the Way é o caminho (olha o trocadilho rs), pois, muito facilmente você ativará a habilidade de Prowess dessa criatura somente descendo, subindo e descendo novamente o Prophetic Prism e o Alchemist's Vial. Se você procura uma versão mais agressiva do Boros, eu aconselho a utilizar essa criatura.

(v) Journey to Nowhere: Essa é uma carta muito boa para remoção de criaturas, principalmente contra os decks Trons, pois, você exilando um Mnemonic Wall, por exemplo, o Tron não vai conseguir puxar ela de volta do cemitério com o Pulse of Murasa. Algumas listas chegam a utilizar 3 cópias, porém, eu recomendo utilizar 2 cópias abrindo 1 slot para o Oblivion Ring, que no main deck acaba sendo muito versátil. 
(vi) Guardian of the Guildpact: Como eu disse acima, essa criatura é muito boa no mirror match, contra decks aggros pelo fato de ser um "bloqueador infinito" e também boa contra outros decks que se apoiam no Monarca, porque é difícil de ser bloqueado e você pode roubar facilmente a Coroa. O Guardian of the Guildpact é também uma excelente criatura no late game para fechar a partida, batendo juntamente com as criaturas voadoras. No entanto, se você optar por jogar com 3 Palace Sentinels e aconselho a não utilizar o Guardian of the Guildpact, porque nesse caso você teria mais uma opção para roubar a Coroa, que seria o 3.º Palace Sentinels. Caso você jogue com 2 Palace Sentinels apenas, ai sim eu acredito que faria sentido utilizar 2 cópias do Guardian of the Guildpact.

(vii) Custodi Squire: Essa é uma criatura muito eficiente contra decks controls, pois, lhe confere a oportunidade de voltar do cemitério para sua mão criaturas, artefatos (no caso o Alchemist’s Vial que você sacrificou no ataque do oponente para proteger a Coroa), ou até mesmo um Journey to Nowhere anulado ou destruído. Importante ressaltar que, se o seu oponente não conhece a carta e vota em algo diferente do que você votou, então você pode voltar as 2 cartas do cemitério para a sua mão! Fique esperto nessa jogada. Pelo seu custo ser elevado (5 manas), eu incluiria apenas 1 cópia no main deck.

(viii) Reaping the Grave: Mais uma carta excelente contra decks controls, pois é difícil de ser anulada e, dessa forma, você consegue recuperar suas criaturas que foram anuladas ou destruídas para continuar rodando a estratégia do deck. Se o field estiver bem control eu sugiro 1 cópia de main deck e 1 de side.

SIDEBOARD:

Como todos sabe, o Sideboard é um espaço bem customizável de cartas e que deve ser utilizado tanto para proteger as fragilidades do deck quanto para quebrar a estratégias dos decks dos oponentes. Sendo assim, vou sugerir algumas cartas que deveriam estar no Sideboar em relação a cada contexto específico. Dessa forma, algumas cartas de escolha mais lógica ficarão de fora dessa análise.

(i) Pyroblast: Se você tem acesso a cor vermelha é difícil não utilizar o Pyroblast no Sideboard. Acredito que o ideal seria de 2-3 cópias, pois, com esse deck você pretende utilizar o Pyroblast mais como uma fonte de destruição de cartas azuis do que como um counter. Ela pode ser útil para anular um Distant Melody no Elfos, evitando que o oponente compre muitas cartas, bem como pode ser utilizado em resposta a uma Spellstutter Sprite que tem a intenção de anular um Galvanic Blast ou um Glint Hawk.

(ii) Círculo de Proteção: Vermelho:  Antes de falar propriamente dito desta carta, importante esclarecer que o Boros Monarca sofre bastante para Burn e Izzet Blitz e tem uma match bem apertada contra contra Affinity. Portanto, embora o uso do COP: Red seja essencial, talvez ele não seja suficiente para frear o ímpeto desses decks, pois eles são mais velozes que o Boros Monarca. Em todo o caso, não deixe de usar o COP: Red em parceria com o Prismatic Strands;

(iii) Leave no Trace + Celestial Flare: Essas duas cartas em combinação faz um estrago quando o field esta cheio de GW Auras, White Heroic e Tireless Tribe. Portanto, seu uso no Sideboard vai depender do seu metagame;

(iv) Cenn’s Enlistment: Contra um field muito control, o uso dessa carta é muito interessante. No entanto, recomendo apenas 1 cópia. Há listas que jogam com o Cenn's Enlistment de main deck, mas eu prefiro como opção de Sideboard;

(vi) Kor Sanctifiers: Essa criatura é muito versátil e interage muito bem com a mecânica de bounce do deck. Apesar de seu custo elevado, se no eu field você não precisar de uma resposta tão imediata contra encantamentos ou artefatos, eu recomendo o uso de 2 cópias dessa carta no Sideboar, porque ela pode substituir o Ray of Revelation e o Ancient Grudge;

(v) Honor Guard ou Standard Bearer: No caso do Honor Guard, apesar de seu custo elevado (4 manas) e de sua perda de velocidade de cast, se comparado ao Standard Bearer, seu corpo é muito bom contra Burn, Stompy e Elfos (acaba sendo alvo dos efeitos do Quirion e Timberwatch Elf). Porém, se o seu field é muito rápido, cheio de GW Auras e Stompy, o Standard Bearer é melhor, pois, devido ao custo (2 manas), você consegue ligar com o deck do oponente mais rapidamente; 

                                                                       SIDE IN / OUT:

Vou sugerir abaixo como fazer o Side-IN e o Side-Out de algumas cartas, com base no deck do oponente.

Isso dependerá de seu metagame e da escolha do seu side para ele, porém, de maneira genéria pode-se "sidear" assim:

       Stompy:
IN = Standard Bearer ou Honor Guard / Prismatic Strands;
OUT = Palace;

       Mirror:
IN = Gorilla Shaman / Kor Sanctifiers;
OUT = Journey / Raio;

       Tron:
IN = Pyroblast / Relíquia;
OUT = Firebolt / Raio;

       Mono Blue:
IN = Pyroblast / Eletrotruque;
OUT = Inspetor / Raio;

       Burn:
IN = Standard Bearer / COP: Red / Prismatic Strands;
OUT =  Battle Screech / Firebolt;

       Affinity:
IN = Gorilla Shaman / COP: Red / Kor Sanctifiers;
OUT = Battle Screech / Palace;

       Elfos:
IN = Eletrotruque / Standard Bearer ou Honor Guard / Prismatic Strands;
OUT = Palace;

       UB Control:
IN = Pyroblast / Relíquia;
OUT = Firebolt / Prismatic Strands;

CONCLUSÃO

O deck é bem sinérgico e linear, de forma que você consegue bater de frente com muitos decks do formato.

Essa versão Boros Monarca é um deck Tier 1 e sua adaptação ao metagame acontece de forma tranquila, desde que você somente não mexa na espinha dorsal do deck.

Contrata decks baseados em Delver of Secrets o deck se comporta muito bem. Por outro lado, sofre contra decks Tron, Burn e decks de destruição de terreno, pois, geralmente você será mais devagar que seu oponente, não sendo suficiente para voltar à tempo para o jogo.

Espero que tenham gostado desse "Primer" sobre o Boros Monarca e, se tiverem algo a acrescentar ou a discordar, deixe seus comentários. 

A maior intenção co messe artigo é obter a percepção e os ensinamentos daqueles que jogam com o deck, de forma que você possa saber de que forma e como o deck se comporta.

Até a próxima!


Comentários